domingo, maio 28, 2006

Pedro Miguel, a estranha sina do açor


Sempre achei que Pauleta estava na selecção como a bola estava na Rua Sésamo quando surgia junto com a laranja, o ananás e a maçã - DESENQUADRADO.
Pauleta está a anos-luz de ser possuidor de uma técnica razoável que lhe permita fazer parte de uma equipa que pratique um futebol perfumado e rendilhado e isso, aliado ao facto de ser um jogador que remata sempre que tem a bola falhando oportunidades incriveis, desola-me.
Conseguiu construiur, todavia, uma carreira brilhante. Contra tudo e contra todos (designadamente contra mim). Foi considerado por duas vezes o melhor jogador em França. Foi sempre eleito para o melhor onze do Championat tendo sido muitas vezes o melhor marcador. Em 81 internacionalizações marcou 46 golos, sendo para todos os efeitos o melhor goleador da selecção portuguesa de todos os tempos.
Segundo números da edição de ABOLA de hoje, 30 dos 46 golos de Pauleta foram apontados contra selecções ditas fracas (4 a Kowait e Luxemburgo, 3 a CaboVerde, Letónia e Andorra, 2 a Azerbaijão, Chipre, Lituânia, Estónia e Liechestein, 1 contra a China, a Albânia e o Canadá), o que na minha opinião não lhe retirando o mérito e principalmente a preponderância na equipa que vai estar na Alemanha, fortalece o preconceito.
Há coisas que não se conseguem explicar Pedro Miguel. Tens carácter. Pelo andar da carruagem um dia vou ter de te pedir desculpas. Agora ainda não.

Nota de rectificação - Ao contrário do afirmado pelos senhores jornalistas ontem, o grande golo de livre directo do Pedro Miguel, foi antes um grande frango do Ernesto